quarta-feira, 12 de abril de 2017

Gil Gomes


Cândido Gil Gomes Jr. (Sorocaba, 30 de junho de 1940), mais conhecido como Gil Gomes, é um jornalista e advogado bem como repórter policial do rádio e televisão brasileiro bastante popular graças a seus estilos personalíssimos de voz, de gestos e de se vestir. Gil Gomes ficou afastado da televisão entre 2005 e 2016, quando estreou como apresentador no programa Bom dia! Boa noite! na TV Ultrafarma Paulistano nascido e criado no Jabaquara, Gil vendia balas e santinhos na porta de uma igreja, onde mais tarde foi aceito como congregado mariano. Sofria de gagueira e para superá-la tentava imitar os locutores esportivos que ouvia pelo rádio. O método funcionou graças, segundo afirma, a sua força de vontade. Foi então convidado a ser locutor nas quermesses da igreja e descobriu que a comunicação era sua vocação. Abandonou assim a ideia de ser médico, como desejava seu pai. Numa dessas quermesses recebeu aos 18 anos o convite para seu primeiro emprego na Rádio Progresso, como locutor esportivo. Na mesma função, passou por vários rádios paulistanas e do interior até chegar à Rádio Marconi. Quando a rádio parou de fazer coberturas esportivas, Gil passou a integrar o departamento de jornalismo da emissora cuja chefia assumiu no fim dos anos 60. Na mesma rádio trabalhava Ana Vitória Vieira Monteiro (dramaturga, poetisa e escritora), com quem Gomes casou e teve três filhos, de um casamento que durou 14 anos, antes da separação: Guilherme Gil Gomes, Daniel e Vilma. Guilherme Gil Gomes o primeiro trabalhou com o pai até sua morte prematura, de hepatite C. O segundo filho o empreendedor de sucesso Daniel Gil Gomes ocupa o posto deixado vago pelo irmão, é casado e pai de três filhas. A terceira filha Vilma Gil Gomes é advogada, casada e mãe de um filho. Gil Gomes tem orgulho de ser amigo de sua ex-mulher, com a qual desenvolveram uma relação de respeito e amizade. Gil Gomes foi casado pela segunda vez com Eliana, com quem teve duas filhas: Flavia e Nataly. Um incidente ocorrido em 1968 fez nascer casualmente o repórter policial Gil Gomes. Gil realizava entrevistas pelo telefone com políticos, quando tomou conhecimento que um caso de agressão sexual estava ocorrendo no edifício onde a rádio estava instalada. Num impulso, resolveu fazer a cobertura do caso ao vivo. Desceu as escadas do prédio com o microfone na mão, fazendo locução e entrevistando os envolvidos e as testemunhas. A Rádio Marconi obteve uma audiência recorde com essa cobertura e Gil concluiu que um programa policial ao vivo era o caminho a seguir. Mas foi um caminho difícil, o regime militar não tolerava críticas ao trabalho da polícia. Para agravar a situação, a Rádio Marconi já era visada pelas autoridades por adotar, em seu noticiário, uma linha de oposição ao governo. Várias vezes – mais de trinta, conforme afirma o próprio Gil –, Gil e sua equipe foram presos e a rádio retirada do ar. De todas as prisões, conseguiu se livrar sem maiores consequências por conta de sua amizade com policiais. Quando a programação da rádio começou a sofrer censura prévia, Gomes narrava no ar historinhas infantis e receitas culinárias em substituição ao noticiário censurado. Mas não só as autoridades o hostilizavam. Ao colaborar, com sua equipe, na elucidação de crimes, passou também a sofrer ameaças de morte de bandidos. Concorria com o primeiro repórter policial da rádio Bandeirantes, José Gil Avilé, o Beija-Flor. Gil veio a apresentar um programa também na Rádio Tupi. Para se diferenciar do jornalismo sisudo e bem comportado da Rede Globo, em 1991 o SBT idealizou o jornal diário Aqui Agora como um jornal popular no formato e na linguagem. Entre os convidados para integrar a equipe de locutores e repórteres do jornal estavam Gil aparecendo ao lado de Sônia Abrão, Celso Russomanno, Jacinto Figueira Júnior (o homem do sapato branco) e Wagner Montes, entre tantos outros. Como o Aqui Agora dava ênfase a reportagens sobre acidentes graves e crimes de toda sorte, Gil teve um papel destacado: foi onde ele aprimorou o visual, a voz e o gestual que caíram no gosto do grande público e serviram de inspiração para os imitadores dos programas de humor. Vestido invariavelmente com uma camisa de cores berrantes, como se tivesse sido comprada numa banca de camelô de um bairro popular, a mão direita empunhando o microfone e a esquerda gesticulando em horizontal como se alisasse o pelo de um cão, Gil narrava os fatos diretamente na cena do crime com sua voz arrastada e grave, que cresce em volume nos momentos mais dramáticos. Usa frases curtas, que às vezes nem chega a completar. Nas entrevistas, não adota uma posição neutra: se emociona diante das vítimas e explode de indignação diante dos criminosos. O Aqui Agora fez tanto sucesso que passou mais tarde a ter duas edições diárias. Mas com o aparecimento de concorrentes, foi perdendo audiência e saiu do ar em 1997. Em 1998, Gil foi contratado pela TV Gazeta para ser repórter do Mulheres. A Escolinha do Barulho foi ao ar pela Rede Record em 1999 quando a Rede Globo deixou de apresentar a Escolinha do Professor Raimundo e dispensou diversos atores cômicos do elenco, os quais a Record resolveu contratar para fazer um programa semelhante. Como inovação, em vez de um único professor, a Escolinha da Record teve quatro professores fixos: Dedé Santana, Miele, Bemvindo Sequeira e Gil Gomes. Em 2005, Gil afastou-se da família e dos amigos bem como TV e do rádio. Os quase 50 anos de carreira foram aparentemente encerrados pelo mal de Parkinson. No dia 23 de março de 2014, Gil veio a ser recebido pelo apresentador e jornalista Geraldo Luís no programa Domingo Show da Record ao qual concedeu uma célebre entrevista que relembrou a sua trajetória[3]. Em dezembro de 2016, Gil Gomes veio a retornar novamente a TV, contratado pela TV Ultrafarma para desenvolver um trabalho de reportagens e comentários de notícias.

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