sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O Brasil mostra a sua cara no BBB


O “BBB15” é o Brasil cuspido e escarrado. Mostra escancaradamenteo que é nosso país não só na miscigenação de seus integrantes (é a primeira vez que há três negros em uma mesma edição), mas também na reação que tem causado fora da casa. O episódio Angélica é exemplar. Avaliada como intransigente, turrona, irascível e até arrogante, ela acabou sendo vitimada pelo racismo nas redes sociais. Nada mais Brasil do que jogar a cor na cara de um negro quando não se gosta dele. É o famoso “só podia ser preto” que o sujeito solta no trânsito quando vê que o outro motorista é negro (imagine você se tal comentário já não teria rolado se um dos cabeças do “Petrolão” fosse afrodescendente…). No programa de Ana Maria Braga, hoje pela manhã, Angélica lançou a pergunta: “será que se eu fosse loira de olho azul teria dado toda essa polêmica?”. Sabemos que não. Já houve gente muito mais turrona do que Angélica em BBBs anteriores que não recebeu o epiteto de arrogante. No caso eram pessoas de “personalidade forte”. Na noite de terça, pouco antes de Bial anunciar o eliminado, a mãe de Angélica desabafou: era um alívio a saída da filha do programa. Segundo ela, as pessoas estavam insultando a família pelas redes sociais – chamando mãe e filha de macaco (racistas são muito originais nas ofensas) e desenhando-as em jaulas. A mãe revelou, inclusive, que os filhos de Angélica não estavam indo para a escola por temor que fossem ofendidos. Coisas do “meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro”. Vale lembrar que o poeta Bial rapidamente abortou o assunto. _Olha ninguém é obrigado a gostar desse ou daquele, mas existem alguns limites. Sabemos que muitas pessoas usam desse tipo de coisa pra se auto promover, mas os limites para se questionar uma pessoa tem que ser levado em conta.