sábado, 31 de março de 2018

Copa do Mundo de 1950 - Brasil


A Copa do Mundo de 1950 no Brasil Depois de 12 anos, devido à interrupção por causa da Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo voltava a ser disputada, e desta vez no Brasil. Para a Copa do Mundo 1950, que contou com a participação de 13 seleções, foi construído o Maracanã, o maior estádio de futebol do mundo. A Argentina, que achava que deveria ser a anfitriã da segunda Copa do Mundo na América do Sul, não participou em protesto. A competição foi organizada com 4 grupos na primeira fase e uma fase final reunindo os 4 vencedores de cada grupo. Prevista para contar com 16 participantes, a Copa do Mundo 1950 recebeu apenas 13 seleções. Participação do Brasil na Copa do Mundo 1950 Na primeira fase o Brasil classificou-se vencendo o México por 4x0, empatando em 2x2 com a Suíça, e vencendo por 2x0 a Iugoslávia. Na fase final a seleção brasileira obteve duas grandes goleadas -- 7x1 Suécia e 6x1 Espanha -- que deram confiança absoluta no título. Porém, no último jogo contra o Uruguai, no qual o empate já daria o título ao Brasil, os brasileiros perderam por 2x1 em um episódio conhecido como "maracanaço". Muitos culpam o excesso de otimismo, e clima festivo que antecedeu ao jogo final, pela derrota brasileira. Na véspera do jogo contra o Uruguai, o Brasil trocou a concentração no Joá pelo Estádio do Vasco da Gama, onde os jogadores não tiveram mais sossego com a presença constante de torcedores, jornalistas e políticos. Os campeões da Copa do Mundo 1950 Na Copa do Mundo 1950, o Uruguai conquistou seu segundo campeonato mundial, derrotando na final de forma surpreendente o Brasil. Na primeira fase o Uruguai disputou apenas um jogo, no qual derrotou a Bolívia por 8x0 e se classificou para a fase final. Já na fase final, o Uruguai começou empatando com a Espanha por 2x2, para em seguida vencer por 3x2 a Suécia e 2x1 o Brasil, e sagrar-se campeão do mundo. Tabela e jogos da Copa do Mundo 1938 Primeira fase: Grupo 1 Iugoslávia 3x0 Suíça Iugoslávia 4x1 México Suíça 2x1 México Brasil 4x0 México Brasil 2x2 Suíça Brasil 2x0 Iugoslávia Grupo 2 Espanha 3x1 EUA Inglaterra 2x0 Chile EUA 1x0 Inglaterra Espanha 2x0 Chile Espanha 1x0 Inglaterra Chile 5x2 EUA Grupo 3 Suécia 3x2 Itália Suécia 2x2 Paraguai Itália 2x0 Paraguai Fase Final: Uruguai 2x2 Espanha Brasil 7x1 Suécia Uruguai 3x2 Suécia Brasil 6x1 Espanha Suécia 3x1 Espanha Uruguai 2x1 Brasil Curiosidades da Copa do Mundo 1950 Na Copa do Mundo 1950 aconteceu a primeira participação da seleção inglesa, os "inventores do futebol", que haviam esnobado as edições anteriores. A participação inglesa foi um desastre, sendo eliminada na primeira fase, e perdendo por 1x0 para os Estados Unidos naquela que pode ser considerada a primeira zebra da história das Copas. Além desse jogos, os ingleses venceram o Chile por 2x0 e perderam para a Espanha por 1x0.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Chico Anysio


Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, conhecido artisticamente como Chico Anysio (Maranguape, 12 de abril de 1931 — Rio de Janeiro, 23 de março de 2012), foi um humorista, ator, comentarista, compositor, diretor de cinema, escritor, pintor, radialista e roteirista brasileiro, notório por seus inúmeros quadros e programas humorísticos na Rede Globo, emissora onde trabalhou por mais de 40 anos. Ao dirigir e atuar ao lado de grandes nomes do humor brasileiro no rádio e na televisão, como Paulo Gracindo, Grande Otelo, Costinha, Walter D'Ávila, Jô Soares, Renato Corte Real, Agildo Ribeiro, Ivon Curi, José Vasconcellos e muitos outros, tornou-se um dos mais famosos, criativos e respeitados humoristas da história do Brasil. Chico Anysio mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando tinha sete anos de idade. Decidiu tentar fazer um teste para locutor de rádio quando a sua irmã também faria. Saiu-se excepcionalmente bem no teste, ficando em segundo lugar, somente atrás de outro jovem iniciante, por coincidência, o próprio Silvio Santos. Na rádio na qual trabalhava, a Rádio Guanabara, exercia várias funções: radioator, comentarista de futebol, etc. Participou do programa Papel carbono de Renato Murce. Na década de 1950 trabalhou nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Nas chanchadas da década de 1950, Chico passou a escrever diálogos e, eventualmente, atuava como ator em filmes da Atlântida Cinematográfica. Na TV Rio estreou em 1957 o Noite de Gala. Em 1959 estreou o programa Só Tem Tantã, lançado por Joaquim Silvério de Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Total. Além de escrever e interpretar seus próprios textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor fino e inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado algumas canções. Chico Anysio foi um dos responsáveis pela intermediação referente ao exílio de Caetano Veloso em Londres. Quando completou dois anos de exílio, Chico enviou uma carta para Veloso, para que este retornasse ao Brasil. Caetano e Gilberto Gil haviam sido presos em São Paulo, duas semanas depois da decretação do AI-5, o ato que dava poderes absolutos ao regime militar. Trazidos ao Rio de carro, os dois passaram por três quartéis, até viajarem para Salvador, onde passaram seis meses sob regime de prisão domiciliar. Em seguida, em meados de 1969, receberam autorização para sair do Brasil, com destino a Londres, onde só retornariam no início de 1972. Desde 1968 esteve ligado à Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num elenco que contava com os artistas mais famosos do Brasil; e graças também a relação de mútua admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni. Após a saída de Boni da Globo em 1996, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação, situação agravada no mesmo ano por um acidente em que fraturou a mandíbula. Em 2005 fez uma participação no Sítio do Pica-pau Amarelo, onde interpretava o "Dr. Saraiva" e, recentemente, participou da novela Sinhá Moça, na Rede Globo. Em 2009, participou da dublagem brasileira de Up - Altas Aventuras como o protagonista Carl Fredericksen. O elenco também incluía seu filho Nizo Neto. Em julho de 2010, o ator reportadamente publicou um texto comentando a morte de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, atropelado aos 18 anos por um carro no Rio de Janeiro. Chico Anysio também falou sobre o caso Eliza Samudio, a fome na África e os conflitos no Oriente Médio para declarar serem essas as razões pela qual ele era ateu. Mas e então? Que Deus é este que deixa que morra um menino de 18 anos, à espera de começar seu caminho na vida e deixa vivo e solto o animal que o atropelou, o débil mental que faz de um túnel uma pista de corrida e simplesmente arranca da vida um ser bonito, jovem, ansioso por começar a viver, filho de uma mãe maravilhosa, como colega, como amiga e como pessoa?, escreveu. Era filho de Francisco Anysio de Oliveira Paula, que possuía uma empresa de ônibus. A mãe chamava-se Haydeé Vianna de Oliveira Paula, que sofria de um problema no coração, o que a levou a ser internada várias vezes, vindo a falecer aos 89 anos. É pai do ator Lug de Paula (famoso por interpretar o personagem Seu Boneco na Escolinha do Professor Raimundo), do casamento com a atriz e comediante Nancy Wanderley; do ator, comediante e dublador Nizo Neto (Seu Ptolomeu da Escolinha, filho da atriz Rose Rondelli);e do diretor de imagem Rico Rondelli, também filho da atriz e vedete Rose Rondelli; do DJ Cícero Chaves, da união com a ex-frenética Regina Chaves; e do ator/escritor Bruno Mazzeo, do casamento com a ex modelo e atriz Alcione Mazzeo. e Rodrigo e Vitória com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, e de André Lucas, filho adotivo; É irmão da falecida atriz Lupe Gigliotti, com quem contracenou em vários trabalhos na televisão; do cineasta Zelito Viana; e do industrial, compositor e ex-produtor de rádio Elano de Paula. Também é tio do ator Marcos Palmeira, da atriz e diretora Cininha de Paula e é tio-avô da atriz Maria Maya, filha de Cininha com o ator e diretor Wolf Maya. Era casado com a empresária Malga Di Paula.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Copa do Mundo de 1938 - França


A Copa do Mundo de 1938 na França Depois da Itália em 1934, a Copa do Mundo voltaria a ser disputada na Europa em 1938, na França. Isso causou revolta aos sul-americanos, que achavam que deveria haver rodízio entre a Europa e América do Sul. Isso levou Uruguai e Argentina a não participarem da competição. Outros países das Américas também desistiram de participar das eliminatórias, como resultado o continente foi representado apenas por Brasil e Cuba. O sistema de disputa da Copa do Mundo 1938 foi igual ao de 1934 em "mata-mata". Participação do Brasil na Copa do Mundo 1938 Depois das participações ruins em 1930 e 1934, a seleção brasileira finalmente mostrou sua força na Copa do Mundo 1938. O Brasil conquistou a terceira colocação, perdendo apenas para a campeã Itália, em jogo no qual Leônidas da Silva, o Diamante Negro, não participou por estar machucado. A seleção brasileira fez sua estréia em jogo emocionante contra a Polônia, o qual terminou 4x4 no tempo normal e foi vencido pelos brasileiros por 6x5 na prorrogação. Depois, contra a Tchecoslováquia, houve empate de 1x1 no tempo normal e prorrogação, o que levou a um jogo desempate vencido pelo Brasil por 2x1. Depois da derrota por 2x1 para a Itália na semifinal, o Brasil conquistou a terceira colocação com vitória de 4x2 sobre a Suécia. Leônidas da Silva foi o artilheiro da Copa do Mundo 1938 com 7 gols, e eleito o melhor jogador da competição. Os campeões da Copa do Mundo 1938 A Itália conseguiu defender seu título de campeã conquistando o bicampeonato na França com vitória de 4x2 sobre a Hungria. Os italianos venceram todos os 4 jogos: 2x1 Noruega, 3x1 França, 2x1 Brasil e 4x2 Hungria. PUBLICIDADE Tabela e jogos da Copa do Mundo 1938 Primeira fase: Suíça 1x1 Alemanha, Suíça 4x2 Alemanha Cuba 3x3 Romênia, Cuba 2x1 Romênia Hungria 6x0 Índias Holandesas Itália 2x1 Noruega França 3x1 Bélgica Tchecoslováquia 3x0 Holanda Brasil 6x4 Polônia Quartas-de-final: Suécia 8x0 Cuba Hungria 2x0 Suíça Itália 3x1 França Brasil 1x1 Tchecoslováquia, Brasil 2x1 Tchecoslováquia Semi-finais: Hungria 5x1 Suécia Itália 2x1 Brasil 3o lugar: Brasil 4x2 Suécia Final: Itália 4x2 Hungria Curiosidades da Copa do Mundo 1938 A Copa do Mundo 1938 foi a primeira na qual o país anfitrião (França) e o defensor do título (Itália) se qualificaram automaticamente. Aos defensores do título foi dada qualificação automática até a Copa do Mundo de 2006, quando isso foi abolido.

sábado, 24 de março de 2018

Copa do Mundo de 1934 - Itália


Em pleno período fascista a Itália organizou a segunda edição da Copa do Mundo. A Copa do Mundo 1934, que teve a campeã Itália fazendo a saudação fascista em seus jogos, reuniu 16 seleções em disputa do estilo "mata-mata". Participação do Brasil na Copa do Mundo 1934 Se a participação em 1930 foi ruim, O Brasil na Copa do Mundo foi pior ainda: eliminado no primeiro jogo com uma derrota para a Espanha por 3x1. O futebol brasileiro na época passava por muitas divergência e disputas com a guerra entre amadores e profissionais, e muitos clubes não liberando jogadores. Depois de uma longa viagem à Europa, o Brasil aproveitou para disputar depois da Copa do Mundo 8 amistosos com 2 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Os campeões da Copa do Mundo 1934 A Itália sagrou-se campeã da Copa do Mundo 1934 passando pelos EUA (7x1), Espanha (1x1 e 1x0), Áustria (1x0), e venceram a final contra a Tchecoslováquia por 2x1. A seleção italiana tinha a participação de jogadores estrangeiros chamados de "oriundi", como os argentinos Monti, Gauita e Orsi. PUBLICIDADE Tabela e jogos da Copa do Mundo 1934 Primeira fase: Tchecoslováquia 2x1 Romênia Itália 7x1 EUA Alemanha 5x2 Bélgica Áustria 3x2 França Espanha 3x1 Brasil Suíça 3x2 Argentina Hungria 4x2 Egito Quartas-de-final: Alemanha 2x1 Suécia Tchecoslováquia 3x2 Suíça Áustria 2x1 Hungria Itália 1x1 Espanha Itália 1x0 Espanha Semi-finais: Tchecoslováquia 3x1 Alemanha Itália 1x0 Áustria 3o lugar: Alemanha 3x2 Áustria Final: Itália 2x1 Tchecoslováquia Curiosidades da Copa do Mundo 1934 Entre os "oriundi" (jogadores estrangeiros) da seleção italiana estava Amphilóquio Marques, o Filó, ex-jogador do Corinthians. Apesar de ser reserva, e não ter jogado nenhuma partida, Filó pode ser considerado o primeiro brasileiro vencedor de uma Copa do Mundo.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Copa do Mundo de 1930 - Uruguai


Depois da Olimpíada de 1928, com divergência quanto à condição de amadores dos jogadores e sabendo que o futebol não seria parte dos Jogos Olímpicos de 1932, a FIFA decidiu realizar sua própria competição internacional de futebol fora das Olimpíadas reunindo atletas profissionais. Nascia assim a Copa do Mundo de futebol. O país escolhido para receber a Copa do Mundo 1930 foi o bicampeão olímpico Uruguai, que celebraria também o centenário de sua independência. A longa viagem transatlântica assustou os Europeus, que foram representados por apenas 4 seleções: Bélgica, França, Romênia e Iugoslávia. No total apenas 13 países participaram da Copa do Mundo 1930. Participação do Brasil na Copa do Mundo 1930 O Brasil teve uma participação modesta na Copa do Mundo de 1930, sendo eliminado na primeira fase com 1 vitória e 1 derrota. A seleção brasileira, desfalcada dos jogadores de clubes paulistas com exceção de Araken do Santos, perdeu na estréia por 2x1 para a Iugoslávia e venceu a Bolívia por 4x0. Os campeões da Copa do Mundo 1930 O anfitrião Uruguai já era bicampeão da competição de futebol das olimpíadas, a disputa mais importante da época, e confirmou seu favoritismo sagrando-se o primeiro campeão da Copa do Mundo. A Celeste Olímpica venceu o Peru (1x0) e Romênia (4x0) na primeira fase, Iugoslávia na semifinal (6x1), e os tradicionais adversários argentinos, em um jogo final violento, por 4x2. Tabela e jogos da Copa do Mundo 1930 Primeira fase: Grupo 1 - 1o Argentina, 2o Chile, 3o França, 4o México. Grupo 2 - 1o Iugoslávia, 2o Brasil, 3o Bolívia. Grupo 3 - 1o Uruguai, 2o Romênia, 3o Peru. Grupo 4 - 1o EUA, 2o Paraguai, 3o Bélgica. Semi-finais: Argentina 6x1 EUA Uruguai 6x1 Iugoslávia Final: Uruguai 4x2 Argentina Curiosidades da Copa do Mundo 1930 A rivalidade na decisão da Copa do Mundo 1930 entre argentinos e uruguaios começou bem antes do jogo. O célebre cantor de tangos Carlos Gardel visitou os uruguaios e depois os argentinos. Porém, os argentinos não ficaram nada satisfeitos com a visita de Gardel (de mãe uruguaia) aos uruguaios, uma vez vivia e era ídolo na Argentina.

quarta-feira, 14 de março de 2018

História da Copa do Mundo do Futebol - Origem


Estamos ja as vesperas do mundial de 2018, vamos fazer uma serie sobre todas as copas. Os Jogos Olímpicos de 1932 em Los Angeles não planejavam incluir o futebol como parte do programa devido à baixa popularidade desse esporte nos Estados Unidos. A FIFA e o Comitê Olímpico Internacional também discordavam da condição de amadores do atletas. Desta forma, a FIFA decidiu realizar sua própria competição mundial de futebol, a Copa do Mundo, que teve sua primeira edição no Uruguai em 1930. As equipes que participariam da primeira Copa do Mundo foram convidadas pela FIFA para mandar suas seleções, porém a viagem longa e cara transatlântica ao Uruguai intimidou os Europeus. O presidente da FIFA, Jules Rimet, acabou persuadindo as seleções da Bélgica, França, Romênia e Iugoslávia a fazerem a viagem. No total 13 seleções participaram da primeira Copa do Mundo da história -- 7 da América do Sul, 4 da Europa e 2 da América do Norte.

Muito beijo, pouca mordida


Muito beijo e pouca mordida, e assim que o critico de cinema, Renato Hermsdorff denominou o filme Cinquenta Tons de Cinza. Christian Grey (Jamie Dornan) é jovem, discreto, podre de rico, dono de um tanquinho invejável; Anastasia Steele (Dakota Johnson) é mais jovem ainda, estudante de literatura e inocente. É a partir do encontro desses dois personagens que se constrói a trama central de Cinquenta Tons de Cinza. Dois arquétipos (no caso, clichês mesmo) que, se não fosse por um gosto peculiar do Sr. Grey (como ele gosta de ser chamado) passariam despercebidos no imaginário coletivo mundial: ele é adepto do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo). A informação faz sentido para o caso de você ter hibernado nos últimos quatro anos. Baseado na obra da escritora E. L. James lançada em 2011, a adaptação hollywoodiana da diretora Sam Taylor-Johnson para a história que já vendeu mais de 100 milhões de exemplares no mundo todo (a trilogia), no entanto, está mais para o make love do que para o fuck, ao contrário do que preconiza o protagonista. Para além das frases de efeito (que ele pronuncia), da voz sussurrada (que ela entoa), das interpretações sofríveis (na verdade, bem mais dele do que dela, Dornan, quase robótico, parece ter sido orientado a seguir contido, mas só transparece tensão), uma trilha original de um pornô de quinta e de todo o riso involuntário que o conjunto provoca, há, sim, nudez a dar com pau, como se diz (muito mais dela do que dele, há de se observar o conservadorismo). E esse é o ponto “ousado” (aspas que se justificam pelo caráter da discriminação de gênero) do filme. Passada a primeira metade de um moralismo vergonhoso (além de exigir exclusividade na relação, ela nem sequer pode consumir álcool, a pedido do "dominador"), os dois embarcam na relação sexual propriamente dita. Há boas cenas, de fato bem dirigidas, mas, ao contrário do que se poderia imaginar, o sexo é politicamente correto no trato, asséptico (ninguém sua) até na construção do cômodo que deveria ser palco de altas sacanagens – e com câmera lenta para suavizar a chicotada. E a narrativa é contraditória. O personagem que bate o pé ao dizer que não é do tipo “corações e flores”, na cena seguinte está passeando de mãozinhas dadas com a donzela indefesa. Apesar de machista, a submissão de Ana não chega a ser misógina, afinal, é consentida e prevista em um inacreditável e literal contrato, como os de aluguel, dos mais chatos, que ele propõe – e cujas cláusulas mais “chocantes” ela faz questão de excluir, em mais uma atitude retrógrada. Era de se esperar, no entanto. Hollywood não gosta de quebrar tabus. Mas o buraco é mais embaixo quando, para justificar uma preferência sexual, digamos, não convencional, a obra impõe a necessidade de atrelá-la a um trauma (mesmo que o filme não se alongue na questão), a uma condição “fora do normal”. E precisa de justificativa? O sexo, mesmo o não convencional, não pode ser prazeroso pura e simplesmente (desde que acordado entre as partes)? Ok, vamos assumir que se trata de uma história de amor, acima de tudo. Sob essa ótica, Cinquenta Tons de Cinza é (só) mais um melodrama açucarado no cardápio de Hollywood - de final surpreendente, diga-se. Enquanto não se decide se ele cede ao romantismo dela ou se ela abre mão das suas convicções para brincar no mundo dele, há um interessante jogo de perseguição – bem-humorado – entre os dois. Mas as situações resultam repetitivas ao longo das duas horas de projeção. E os conflitos seguem fracos. No fim, o filme está muito mais para a palheta sépia mórmon da saga Crepúsculo do que para a sensualidade de cores vibrantes de 9 1/2 Semanas de Amor. Ou seja, muito beijo, pouca mordida.