domingo, 2 de dezembro de 2012

Novo índice global avalia a eficácia da educação. Brasil fica em penúltimo lugar


Para quem gosta de dados educacionais, uma boa e uma má notícia. A boa: a Pearson, empresa especializada em soluções educacionais, lançou a The Learning Curve, plataforma que reúne uma série de dados educacionais internacionais com o objetivo de ajudar o setor público e a iniciativa privada a tomarem decisões. As informações, colhidas com o apoio da divisão de pesquisas da The Economist, são apresentadas por meio de um site, lançado hoje. Lá, é possível conferir um relatório consolidado do estudo, dados sobre quanto cada país tem se dedicado à educação, casos bem sucedidos – inclusive uma brasileira – e análises de especialistas. Além disso, os estudiosos propõe ainda um novo índice global capaz de medir a eficácia educacional dos países analisados. Bom, agora a má notícia: nesse índice, chamado de Z-Score (pontuação Z, em livre tradução), o Brasil ficou em penúltimo lugar. Essa nova proposta de indicador global, que compara o desempenho de 39 países e de Hong Kong, se baseia nas notas do Pisa (Programa Internacional de Avaliação dos Alunos) e no cruzamento de outros dados estatísticos, como o valor investido em educação por cada país e os resultados colhidos. “É claro que a colocação do Brasil é muito ruim, mas o fato de o país ter dados confiáveis e comparáveis internacionalmente já é algo positivo”, diz Mekler Nunes, diretor superintendente de Educação Básica da Pearson. A título de curiosidade, as três primeiras posições não chegam a surpreender: elas são ocupadas por Finlândia, Coreia do Sul e Japão. Conhecendo a plataforma Por enquanto, a plataforma está disponível apenas em inglês, mas há a expectativa de que ela seja traduzida em breve. O relatório final em português, no entanto, será disponibilizado nos próximos dias. Assim que isso ocorrer, ele será anexado a essa matéria. O documento consolida as informações coletadas durante as pesquisas. Entre os tópicos que estão presentes no texto, há a qualidade do ensino e dicas para gestores públicos. Além do report, é possível acessar a opção Data Bank (banco de dados, em livre tradução), que dá acesso a uma lista que apresenta dados educacionais dos países pesquisados, de 1990 (para aqueles que já tiveram dados coletados nesse ano) até 2011. Entre as mais de 30 informações disponíveis para análise estão as despesas públicas com a educação, salários mínimo e máximo dos professores e a idade de admissão na fase pré-primária dos alunos. Outras ferramentas – disponíveis na opção Data Visualization Tools(ferramentas de visualização de dados) – possibilitam uma nova visão sobre esse conjunto de dados. O Heat Map (mapa de calor), por exemplo, funciona da seguinte maneira: um mapa mundi é apresentado na tela com uma linha do tempo acima; ao arrastá-la, as cores verdes ficarão mais fortes ou mais fracas sobre os países na medida em que o país melhora ou piora suas políticas de educação. No Brasil, a cor branca só começa a aparecer no final dos anos 90 e, a partir de 2005, o mapa começa a apresentar a cor verde, coincidindo com a consolidação das políticas educacionais brasileiras. Além de conferir estatísticas boas e ruins, o usuário terá acesso a alguns textos sobre grandes iniciativas educacionais que deram certo, como a cidade de Nova Orleans, nos EUA, que precisou reconstruir todo seus sistema de ensino depois do furacão Katrina (confira matéria do Porvirsobre o assunto). Entre os projetos de sucesso também temos um do Brasil, representado pelas Escolas do Amanhã, no Rio de Janeiro, que lutou contra a violência para dar continuidade ao processo de aprendizagem. Esses textos podem ser encontrados através do botão Case Studies (estudos de caso). Para que se faça uma comparação ainda mais profunda entre os países, basta acessar a opção Country Profiles (perfis dos países). Dentro dele, haverá um mapa. Ao escolher um país, o usuário poderá ter acesso a informações como índices de desenvolvimento humano, número de homicídios por 100 mil pessoas e até número de professores por aluno. No Brasil, por exemplo, no ensino fundamental 1 são mais de 22 alunos por professor – a título de comparação, essa taxa é de 11,25 em Portugal; 12,03 no Catar; 20,92 na Coreia do Sul; 23,01 no Chile; 36,03 na Nigéria; e 40,20 na Índia. do Portal Porvir