domingo, 7 de fevereiro de 2010

Aluno de biomedicina da UFPE é morto a tiros no Recife

Alcides do Nascimento passou no vestibular em primeiro lugar em 2007.
Luta da mãe para educar o filho foi mostrada em reportagem do Fantástico.

Alcides do Nascimento estudou em escola pública e foi aprovado em primeiro lugar no curso de biomedicina (Foto: Reprodução/TV Globo)

 

O estudante de biomedicina Alcides do Nascimento Lins, de 22 anos, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi morto a tiros na madrugada deste sábado (6), em sua casa, no Recife. Na época de sua aprovação no vestibular, ele foi o primeiro colocado da rede pública. A felicidade do momento vivido por ele e por sua mãe, a vendedora ambulante Maria Luiza do Nascimento, foi mostrada no Fantástico de 2007.


Veja a reportagem em que Alcides aparece




Segundo testemunhas, os criminosos estavam procurando por vizinhos do rapaz, mas como ele não soube informar onde estavam, mataram a vítima. Alcides será sepultado na manhã deste domingo (7), no Cemitério de Santo Amaro.
 

Alcides era estudante de escola pública e morador de uma comunidade carente, mas superou as dificuldades e passou no vestibular de um curso concorrido da instituição federal. "Eu sempre conversava com ele e pensava: esse vai ser um cara de futuro, vai entrar para a história. E de repente tem a vida interrompida por marginais, por pessoas que nem ao certo sabiam a pessoa grandiosa que ele era", disse a mãe após o crime.

O caso será investigado pela Polícia Civil a partir desta segunda-feira (8). De acordo com informações preliminares, a vítima teria sido atingida duas vezes na cabeça.



Em nota, a Universidade Federal de Pernambuco lamentou morte do estudante de biomedicina.
Luta da mãe para educar o filho
Na época em que o filho Alcides foi aprovado no vestibular da UFPE, Maria Luiza lembrou das dificuldades que passou para conseguir dar uma boa educação ao filho, que chegou a estudar encostado na parede de uma biblioteca no Recife. "Ele vai ser médico, ele quer ser cardiologista”, disse ela à reportagem do Fantástico, em 2007.

“Eu sustentei meus filhos com a carroça, porque eu não queria que eles ficassem como hoje em dia eu vivo. Para eu vê-lo um dia ser o que ele é, eu tive essa força, essa coragem para trabalhar noite e dia”, afirmou Maria Luiza, à época.



“Comprava uma quentinha para ele, e ele ficava lá, se alimentava lá, ficava escoradinho na parede, para ninguém ver, com vergonha. Mas eu dizia para não ter vergonha, porque um dia essa vergonha passa e ele será um grande doutor, porque eu tenho esperança", afirmou a mãe de Alcides, em 2007.




* (Com informações do pe360graus/Globo Nordeste e do Fantástico)

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