quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Santos estuda alternativas para substituir a Vila Belmiro
A Vila mais famosa do mundo. Jogando no estádio Urbano Caldeira, Pelé encantou todas as torcidas. Muitas outras gerações tiveram seus talentos revelados nesse gramado. Foi assim com a primeira geração dos meninos da Vila e com a dupla Robinho e Diego, que deixou saudades. A maior revelação do futebol brasileiro nos últimos tempos, Neymar, inverteu a lógica, para a alegria da torcida, decidiu ficar por aqui.
Construída em 1916, a Vila Belmiro, casa do Santos Futebol Clube, tem capacidade para 20 mil pessoas. Mas por medida de segurança, nos grandes clássicos, são colocados menos ingressos a venda. Para garantir um lugar é preciso enfrentar muita fila e os preços abusivos dos cambistas.
Nos últimos dois anos, o número de sócios do Alvinegro Praiano cresceu 8,4%. O clube tem hoje 65 mil sócios-torcedores e faz uma campanha audaciosa para chegar aos 100 mil associados até 2015.
O presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro reconhece que já passou da hora de ter um estádio maior. Segundo ele, duas propostas estão sendo analisadas e até dezembro a diretoria deve definir qual é a mais viável. Mas, uma certeza ele já tem: A nova casa do Santos não será na cidade.
- A torcida do Santos não está mais localizada apenas na Baixada Santista. Ela extravasa para grande São Paulo, interior do estado e para outros estados. Procuramos exaustivamente uma alternativa dentro do município, mas ela é praticamente inexistente.
Segundo o dirigente, investidores já manifestaram interesse em construir um nova casa para o Peixe, para a alegria dos torcedores da região, numa cidade aqui da Baixada Santista junto com um grande projeto.
- Há um empreendimento especificadamente cuja negociação está avançada e o estudo está em fase conclusiva para dar conta da sua viabilidade financeira. O estádio do Santos seria âncora de um projeto imobiliário maior com shopping, apartamentos, escritórios e hotel.
Luis Alvaro deve anunciar futura casa do Santos até dezembro (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Outra opção para o Santos seria mandar jogos na capital paulista. A manobra já ocorreu durante a disputa da fase final da Taça Libertadores da América em 2011, quando o Santos se sagrou campeão.
- O Pacaembu nos foi oferecido. A prefeitura de São Paulo não tem muitas alternativas de o que fazer com aquele ativo da municipalidade. Ele é um estádio tombado. A parte interna pode ser reformada, mas deve-se manter a fachada. Há grupos interessados em fazer daquilo a casa do Santos na capital. Nada melhor do que um clube com o prestígio do Santos usando aquilo como palco alternativo para receber grandes públicos.
Especialista em gestão esportiva vê Pacaembu como opção viável
Dos quatro grandes clubes paulistas, três já se mobilizaram e em breve vão poder receber suas torcidas em palcos a altura de cada um. Depois de décadas mandando seus jogos no Pacaembu, o Corinthians terá sua casa própria. A Arena Corinthians deve ficar pronta em janeiro de 2014 e será palco da abertura da Copa do Mundo no Brasil.
O Palmeiras deve ganhar, no segundo semestre do ano que vem, a Arena Palestra. O complexo contará com grande estacionamento, restaurante, uma estrutura de clube para os sócios e 40 mil torcedores. Os dirigentes do São Paulo também pretendem concluir, até outubro de 2013, a reforma do Morumbi. O estádio vai ganhar uma cobertura e uma arena para espetáculos com capacidade para 25 mil lugares.
No caso do Santos, o especialista em gestão esportiva José Carlos Brunoro, enxerga no Pacaembu a solução para os dirigentes do Peixe.
- O Santos tem que pensar nisso estrategicamente. É uma saída e se deve pensar dessa maneira em função do crescimento da torcida daqui para frente pra que ele possa abranger toda essa torcida que vem de São Paulo e de outros estados com o benefício de poder se locomover por São Paulo. Mas, deve-se manter a tradição da Vila Belmiro, utilizando o local não só em jogos, mas com outras ações que um estádio de médio porte pode oferecer.
Torcida se divide entre Vila Belmiro e alternativas
A mudança de casa do Alvinegro Praiano divide os torcedores. A ideia da equipe deixar de usar a Vila Belmiro não agrada ao músico Ricardo Peres.
- Essa ideia não me agrada muito. Acho que o Santos precisa da cidade até porque o clube é um ponto turístico da nossa cidade. A partir do momento que você faz um estádio fora da cidade, eu acho que descaracteriza o time e não é benéfico a o município.
Já para Ulisses Pavanello, aposentado, deve ser adotado um meio termo entre jogos em Santos e fora da cidade.
- Tudo bem fazer um estádio novo, mas a Vila sempre será a Vila sempre. Tem que mandar jogos menores aqui e clássicos mandar para lá. É pertinho. A paulistada vem tudo para cá, a gente vai para lá também.
Para um torcedor em especial, o estádio não é o mais importante. Para João Araújo, o Didi, barbeiro profissional do Rei Pelé, o que interessa é o Santos vencer e jogar bem.
- O imporante é que o Santos tenha um bom estádio, um bom público, jogue bem, ganhe e deixe todo mundo contente.
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