As novas pistas vão interligar sete rodovias à Baixada Santista, reduzindo o tempo de viagem ao litoral. Os caminhões agora vão poder passar pela capital sem entrar na cidade.
Trecho do Rodoanel é inaugurado hoje
Vai ser inaugurado hoje o trecho sul do Rodoanel. Caminhões e carros que vieram da rodovia Castello Branco ou da Anhanguera vão poder chegar ao sistema Anchieta-Imigrantes sem passar pela capital.
Vai ser inaugurado hoje o trecho sul do Rodoanel. Caminhões e carros que vieram da rodovia Castello Branco ou da Anhanguera vão poder chegar ao sistema Anchieta-Imigrantes sem passar pela capital.
O trecho sul do Rodoanel passa por sete cidades: Embu, Itapecerica, Mauá, Santo André, Ribeirão Pires, São Bernardo e São Paulo, mas o mais importante é a ligação com o trecho oeste.
São cinco importantes rodovias diretamente ligadas ao sistema Anchieta-Imigrantes. Para ter uma ideia da importância da obra, é só dizer que metade de todas as importações e exportações do Brasil passa pelo porto de Santos e 80% de toda a carga que passa pelo porto é transportada por caminhões, que quase sempre passam por dentro da capital.
A previsão do Governo Estadual é diminuir até 40% do tráfego de caminhões pela marginal Pinheiros e pela rodovia dos Bandeirantes. O novo trecho só vai ter pedágio no ano que vem. Por enquanto, os motoristas pagam uma vez só, no trecho oeste, e a tarifa é de R$ 1,30.
Esta nova parte do Rodoanel custou cinco bilhões de reais. O Governo Federal pagou um terço da obra e o Governo do Estado, os outros dois terços. A construção levou oito anos: três anos de obras, em que aconteceram dois acidentes graves, e cinco para conseguir as licenças ambientais.
A nova estrada atravessa uma região de mata, uma extensa área verde e tem grandes pontes, que atravessam a Billings e Guarapiranga. As represas são muito importantes para o abastecimento da Grande São Paulo.
Foi preciso um trabalho especial de prevenção, para que, num acidente com uma carga tóxica, por exemplo, a poluição não chegue até a água.
Os 32 quilômetros do trecho oeste já fazem a diferença para muita gente. É uma ligação rápida entre as rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt, mas para por aí.
Em determinado ponto, o motorista é obrigado a sair do Rodoanel e enfrentar o difícil trânsito da capital é inevitável, mesmo para quem não tem a intenção de entrar na cidade.
“Aqui todo dia de manhã cedo para tudo”, fala José Andrade, comerciante.
Sem outra opção, os caminhões que vêm do interior ou de outros estados, com destino ao porto de Santos, ajudam a congestionar principalmente a marginal Pinheiros e a Avenida dos Bandeirantes.
Isso deve mudar a partir desta quarta-feira, quando será liberado o trecho sul do Rodoanel. São 61 quilômetros e 400 metros de novas pistas até o complexo Anchieta-Imigrantes e a Mauá.
“Se espera que 40% dos caminhões deixem de passar por essas duas vias. O que vai reduzir bastante porque o caminhão parado ocupa espaço de três carros e andando de cinco automóveis”, explica Mauro Arce, secretário dos Transportes.
O caminhoneiro, José Bartolo, acredita na melhoria do trânsito "Conhecendo São Paulo como eu conheço, vai melhorar bastante. Pelo menos para nós que mexemos com caminhão".
Mais de quarenta mil pessoas trabalharam direta e indiretamente durante os três anos de obra. No período de construção, houve dois acidentes. Num deles, um operário morreu. No outro, em novembro do ano passado, três pessoas ficaram feridas depois que vigas de um viaduto caíram sobre a rodovia Régis Bittencourt, na região de Embu.
“As pessoas foram indenizadas, mas a partir daí também nós fizemos, que o IPT acompanhasse todos os viadutos”, completa o secretário.
O novo trecho tem 134 pontes e viadutos, que representam quase 35% da extensão total.
O trecho sul do Rodoanel corta sete cidades, mas não foram as obras nas áreas urbanas que mais deram trabalho para engenheiros e operários. O Rodoanel também passa sobre duas represas, a Guarapiranga e a Billings. Esses foram trechos difíceis de construir. Só essas duas pontes têm 1.755 cada uma.
“A ponte da Billings era o nosso calcanhar de aquiles. O Rodoanel ficaria pronto dependendo dela porque ela estava no meio do trecho sul”, conta Paulo Souza, diretor de engenharia.
Em todas as pontes, a drenagem é especial. Os canos são instalados para coletar produtos químicos. Em caso de acidente com caminhões tanque, por exemplo, o material derramado vai para uma caixa coletora impermeável e não cai nas represas e rios.
A questão ambiental foi um dos pontos cruciais no trecho sul do Rodoanel. O projeto teve que seguir regras rígidas para ser aprovado. O presidente do Instituto de Engenharia, diz que as exigências são necessárias, mas ele acredita que falta um código ambiental para evitar a burocracia.
“Para essa obra do Rodoanel levou cinco anos a análise dos aspectos ambientais para até se chegar na licença de implantação. Para uma obra que levou três anos para ser executada”, esclarece Aluízio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia.
Solução para os motoristas. Problema para os moradores do bairro Borda do Campo, em Santo André. Eles dizem que o Rodoanel dividiu o bairro e complicou o deslocamento de quem vive lá. “Veio essa rodovia que tirou cinco ruas nossas, quase duzentas famílias foram deslocada, e agora a gente ficou isolado", reclama a moradora, Lourdes Alves de Souza.
Os moradores pedem ao governo alguma forma de indenização. “Nós queremos melhoramento total. Grupo, creche, posto de saúde”, fala Luzia Rodrigues.
Com a entrega do trecho sul, metade do Rodoanel está pronta. Isso interliga sete das dez rodovias que chegam a capital, mas quem usa a Via Dutra, a Ayrton Senna e a Fernão Dias ainda tem que atravessar a cidade. As obras dos trechos leste e norte do Rodoanel nem começaram.
Para o diretor do sindicato dos caminhoneiros essa é a principal falha. "O ideal seria que pelo menos a Jacu Pêssego tivesse concluída... Seria a única solução que nós teríamos pra esvaziar um pouco mais esse trânsito dentro de São Paulo. Porque os que vem do Rio de Janeiro não têm alternativa”, diz Bernabé Rodrigues.
“A Jacu Pêssego vai ser um pré-trecho leste, ela deve ficar pronta até outubro deste ano e vai permitir que passando dentro da cidade de Mauá, pela avenida Papa João XXIII, que está sendo também ampliada, se chegue até a Ayrton Senna, ali no quilômetro 27 da Ayrton Senna, um pouco mais pra frente do aeroporto de Guarulhos”, diz Mauro Arce.
Enquanto as obras que o secretário citou não ficam prontas, o motorista que estiver na ponta sul do Rodoanel tem que usar a avenida Papa João XXIII, em Mauá, para chegar à Avenida dos Estados, em Santo André, e depois à Avenida do Estado, na capital. Ou, da João Vinte XXIII, pegar a avenida Aricanduva e cruzar a zona leste de São Paulo, até a marginal Tietê.
O trecho sul do Rodoanel passa por sete cidades: Embu, Itapecerica, Mauá, Santo André, Ribeirão Pires, São Bernardo e São Paulo, mas o mais importante é a ligação com o trecho oeste.
São cinco importantes rodovias diretamente ligadas ao sistema Anchieta-Imigrantes. Para ter uma ideia da importância da obra, é só dizer que metade de todas as importações e exportações do Brasil passa pelo porto de Santos e 80% de toda a carga que passa pelo porto é transportada por caminhões, que quase sempre passam por dentro da capital.
A previsão do Governo Estadual é diminuir até 40% do tráfego de caminhões pela marginal Pinheiros e pela rodovia dos Bandeirantes. O novo trecho só vai ter pedágio no ano que vem. Por enquanto, os motoristas pagam uma vez só, no trecho oeste, e a tarifa é de R$ 1,30.
Esta nova parte do Rodoanel custou cinco bilhões de reais. O Governo Federal pagou um terço da obra e o Governo do Estado, os outros dois terços. A construção levou oito anos: três anos de obras, em que aconteceram dois acidentes graves, e cinco para conseguir as licenças ambientais.
A nova estrada atravessa uma região de mata, uma extensa área verde e tem grandes pontes, que atravessam a Billings e Guarapiranga. As represas são muito importantes para o abastecimento da Grande São Paulo.
Foi preciso um trabalho especial de prevenção, para que, num acidente com uma carga tóxica, por exemplo, a poluição não chegue até a água.
Os 32 quilômetros do trecho oeste já fazem a diferença para muita gente. É uma ligação rápida entre as rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt, mas para por aí.
Em determinado ponto, o motorista é obrigado a sair do Rodoanel e enfrentar o difícil trânsito da capital é inevitável, mesmo para quem não tem a intenção de entrar na cidade.
“Aqui todo dia de manhã cedo para tudo”, fala José Andrade, comerciante.
Sem outra opção, os caminhões que vêm do interior ou de outros estados, com destino ao porto de Santos, ajudam a congestionar principalmente a marginal Pinheiros e a Avenida dos Bandeirantes.
Isso deve mudar a partir desta quarta-feira, quando será liberado o trecho sul do Rodoanel. São 61 quilômetros e 400 metros de novas pistas até o complexo Anchieta-Imigrantes e a Mauá.
“Se espera que 40% dos caminhões deixem de passar por essas duas vias. O que vai reduzir bastante porque o caminhão parado ocupa espaço de três carros e andando de cinco automóveis”, explica Mauro Arce, secretário dos Transportes.
O caminhoneiro, José Bartolo, acredita na melhoria do trânsito "Conhecendo São Paulo como eu conheço, vai melhorar bastante. Pelo menos para nós que mexemos com caminhão".
Mais de quarenta mil pessoas trabalharam direta e indiretamente durante os três anos de obra. No período de construção, houve dois acidentes. Num deles, um operário morreu. No outro, em novembro do ano passado, três pessoas ficaram feridas depois que vigas de um viaduto caíram sobre a rodovia Régis Bittencourt, na região de Embu.
“As pessoas foram indenizadas, mas a partir daí também nós fizemos, que o IPT acompanhasse todos os viadutos”, completa o secretário.
O novo trecho tem 134 pontes e viadutos, que representam quase 35% da extensão total.
O trecho sul do Rodoanel corta sete cidades, mas não foram as obras nas áreas urbanas que mais deram trabalho para engenheiros e operários. O Rodoanel também passa sobre duas represas, a Guarapiranga e a Billings. Esses foram trechos difíceis de construir. Só essas duas pontes têm 1.755 cada uma.
“A ponte da Billings era o nosso calcanhar de aquiles. O Rodoanel ficaria pronto dependendo dela porque ela estava no meio do trecho sul”, conta Paulo Souza, diretor de engenharia.
Em todas as pontes, a drenagem é especial. Os canos são instalados para coletar produtos químicos. Em caso de acidente com caminhões tanque, por exemplo, o material derramado vai para uma caixa coletora impermeável e não cai nas represas e rios.
A questão ambiental foi um dos pontos cruciais no trecho sul do Rodoanel. O projeto teve que seguir regras rígidas para ser aprovado. O presidente do Instituto de Engenharia, diz que as exigências são necessárias, mas ele acredita que falta um código ambiental para evitar a burocracia.
“Para essa obra do Rodoanel levou cinco anos a análise dos aspectos ambientais para até se chegar na licença de implantação. Para uma obra que levou três anos para ser executada”, esclarece Aluízio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia.
Solução para os motoristas. Problema para os moradores do bairro Borda do Campo, em Santo André. Eles dizem que o Rodoanel dividiu o bairro e complicou o deslocamento de quem vive lá. “Veio essa rodovia que tirou cinco ruas nossas, quase duzentas famílias foram deslocada, e agora a gente ficou isolado", reclama a moradora, Lourdes Alves de Souza.
Os moradores pedem ao governo alguma forma de indenização. “Nós queremos melhoramento total. Grupo, creche, posto de saúde”, fala Luzia Rodrigues.
Com a entrega do trecho sul, metade do Rodoanel está pronta. Isso interliga sete das dez rodovias que chegam a capital, mas quem usa a Via Dutra, a Ayrton Senna e a Fernão Dias ainda tem que atravessar a cidade. As obras dos trechos leste e norte do Rodoanel nem começaram.
Para o diretor do sindicato dos caminhoneiros essa é a principal falha. "O ideal seria que pelo menos a Jacu Pêssego tivesse concluída... Seria a única solução que nós teríamos pra esvaziar um pouco mais esse trânsito dentro de São Paulo. Porque os que vem do Rio de Janeiro não têm alternativa”, diz Bernabé Rodrigues.
“A Jacu Pêssego vai ser um pré-trecho leste, ela deve ficar pronta até outubro deste ano e vai permitir que passando dentro da cidade de Mauá, pela avenida Papa João XXIII, que está sendo também ampliada, se chegue até a Ayrton Senna, ali no quilômetro 27 da Ayrton Senna, um pouco mais pra frente do aeroporto de Guarulhos”, diz Mauro Arce.
Enquanto as obras que o secretário citou não ficam prontas, o motorista que estiver na ponta sul do Rodoanel tem que usar a avenida Papa João XXIII, em Mauá, para chegar à Avenida dos Estados, em Santo André, e depois à Avenida do Estado, na capital. Ou, da João Vinte XXIII, pegar a avenida Aricanduva e cruzar a zona leste de São Paulo, até a marginal Tietê.
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