Não são poucos os casos de gargalhadas inesperadas, inclusive com apresentadores de TV. Reveja as mais famosas
você sabe o que acontece quando não consegue parar de rir?
A equação que representa as risadas desenfreadas é injusta com quem está no meio da crise. Pois quanto mais você ri, mais você quer rir, explica o professor Doutor em Neurologia e pós-Doutor em Neurociências Hebert Cabral. Principalmente se alguém que está do lado cai na risada, também. "Do ponto de vista cerebral, quando você começa a rir e visualiza outra pessoa rindo, você ativa uma região cerebral chamada Núcleo Acubens. Uma vez ativado esse núcleo, você tem a sensação de prazer, pois ativa também o circuito de recompensa".
Essa área do cérebro é a mesma atingida por drogas como a maconha e a cocaína, com a diferença que a sensação de prazer é provocada por fatores externos, enquanto a crise de riso ativa o prazer de forma natural. "É uma sensação prazerosa imensa. Se te dá prazer, você não para. Funciona como um vício. Você ri, vê o outro rindo, sente prazer e continua rindo. Qual é a recompensa disso? Prazer e felicidade, que são conceitos do riso".
Motivos
Podemos encontrar motivos para rir de qualquer coisa ou por qualquer motivo. Mas geralmente a causa das crises está diretamente ligada a assuntos de cunho agressivo ou sexual. Curiosamente esses são os principais temas de piadas e peças de stand up comedy, que arrancam gargalhadas do público com uma facilidade incrível. Sátiras a outras pessoas, pequenos acidentes domésticos sem feridos e piadas sobre sexo são mestres em causar risadas sem fim, adianta o neurologista.
"A gente só ri, normalmente, de coisas que são agressivas ou com contextos sexuais embutidos. É só parar pra pensar. Isso acontece, do ponto de vista cerebral, como forma de manifestar a agressividade e a sexualidade do próprio indivíduo. Como esses vão fatores que você guarda e que geralmente não manifesta em público, alguns psicólogos entendem que isso seja uma manifestação retraída da sua sexualidade e da agressividade".
Mas isso não significa que seja preciso correr atrás de tratamento médico, tranquiliza o especialista. Se você tem constantes crises de riso, mas isso não influencia na sua vida e não causa nenhum tipo de limitação no convívio com as pessoas, não há problema a ser resolvido. "Nesse caso não pode ser visto como uma doença. Só a partir do momento que incomoda as pessoas em volta ou quando passa a ser preocupante para você. Aí pode ser um surto", resume.
Tem controle?
Tudo bem que ter um surto é demais para a maioria das pessoas. Mas estar sujeito a ter uma crise de riso em um lugar indesejável não é tão difícil assim. O problema é: como controlar? Aliás, existe algum jeito de interromper uma recompensa que o seu cérebro te dá? Bom, você pode tentar.
"O maior segredo é tentar sair de perto do fator que te causa a crise. Melhor que isso, é mudar a atenção para uma outra coisa. Isso se for possível, claro. Desviar a sua atenção para outra coisa, de preferência mais séria, é a melhor e provavelmente a única saída".