A gente cresce achando que tudo é tão simples, sem saber que simples era nossa capacidade de pensar... Então tudo o que nos fazia alegre era acordar cedo no outro dia e assistir desenho animado na TV, depois colorir algum arco-íres em um pedaço de papel, e pouco nos importávamos se amanhã iria ser a mesma coisa ou não, porque estávamos tão felizes que achávamos que nada se acabaria assim e éramos tão invencíveis.
Simples é olhar pra um dia que se foi e lembrar quanto era bom um afago antes de dormir, na hora do medo aquela proteção, sentir o enrolar do cobertor em uma noite de frio e um beijo de boa noite! Isso tudo não tem preço...
Mas aí crescemos e passamos a nos responsabilizar por nós mesmos, as coisas mudam, já não temos tempo pra assistir TV e tão pouco desenhar a vida como sonhamos, mas tentar segui-la conforme a sua música.
As pessoas que amamos tomam seus rumos, encontram seu próprio destino, e muitas vezes deixam pra trás muita coisa boa que passou, sem se importar mais no que ainda existe. E logo tudo sai do seu lugar, tudo fica menor, tudo fica tão triste...
E são a que mais amamos que de tanto magoamos, de uma maneira como se nunca tivesse existido ali o AMOR... Passando a olhar somente para o próprio umbigo, manipulada por roubadores de sonhos.
Será que o amor é cego, ou a gente que é cego de mais pra ver o que está diante dos nossos olhos?
Que visão é essa que não enxerga o que é tão precioso?
Deixamos tanta coisa passar e na maioria das vezes só percebemos quando já não a mais tempo de ver, quando já é tarde de mais...
Catia Martins