conversava com o barbeiro. Falava da vida e de Deus.
Daí a pouco, o barbeiro, incrédulo, não agüentou e falou: -
Deixa disso, meu caro, Deus não existe.
- Por que?
- Se Deus existisse, não haveria tantos doentes,mendigos, pobres...
Olhe em volta e veja quanta tristeza.
É só andar pelas ruas e enxergar.
- Bem, essa é a sua maneira de pensar, não é?
- Sim, claro.
Pois bem. O freguês pagou o corte e foi saindo,quando avistou imediatamente um maltrapilho imundo,com longos cabelos, barba desgrenhada,suja, abaixo do pescoço.
Não agüentou,deu meia volta e interpelou o barbeiro:
- Sabe, não acredito em barbeiros.
- Como assim?
- Se existissem barbeiros,não haveriam pessoas de cabelos e barbas compridas.
- Ora, existem tais pessoas porque evidentemente não vem a mim, não vão ao barbeiro.
Eu não tenho culpa.
- É exatamente isso que acontece com as pessoas. Elas precisam mas não procuram a Deus.
Luciene Barros de Souza
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