quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Pés rachados: por que algumas pessoas têm esse problema?


Os pés rachados também conhecidos como “Fissura Calcânea”, é considerada como uma podopatia (doença nos pés) que pode ocorrer em qualquer situação climática: frio ou calor! Vamos saber um pouco sobre nosso pé: Ele contém 26 ossos, 2 sesamoides pequenos nódulos ossificados localizados nos tendões. Estes fornecem apoio extra e reduzem a pressão sobre os outros tecidos. Além disso, há 114 ligamentos e 20 músculos. É uma estrutura complexa e como toda parte do corpo, a pele do pé também é formada por 3 camadas: epiderme, derme e hipoderme. FACEBOOK 4.8 (96.67%) 6 votes Os pés rachados também conhecidos como “Fissura Calcânea”, é considerada como uma podopatia (doença nos pés) que pode ocorrer em qualquer situação climática: frio ou calor! Vamos saber um pouco sobre nosso pé: Ele contém 26 ossos, 2 sesamoides pequenos nódulos ossificados localizados nos tendões. Estes fornecem apoio extra e reduzem a pressão sobre os outros tecidos. Além disso, há 114 ligamentos e 20 músculos. É uma estrutura complexa e como toda parte do corpo, a pele do pé também é formada por 3 camadas: epiderme, derme e hipoderme. PÉS RACHADOS, PORQUE? O processo que leva aos pés rachados, acontece porque a epiderme (a parte da pele que podemos ver) sofre com as agressões externas (atritos dos sapatos) ou falta de hidratação. Isso, a saber, resulta em uma reação de engrossamento (acúmulo de queratose). Este engrossamento surge como uma resposta de defesa às agressões, formando os tão famosos calos ou hiperqueratoses, que podem ou não vir acompanhado de fissuras. A rachadura nos pés podem variar de espessura, algumas lesam apenas a camada mais superficial. Ao mesmo tempo, outras podem atingir tecidos profundos e causar sangramentos. Isso porque, há um engrossamento da epiderme onde o tecido perde a elasticidade e abre pela pressão ao se movimentar. Quando atingem os nervos a dor é quase insuportável. Chinelo de couro ou chinelo de borracha, não importa. Quem sofre com pés ressecados e, consequentemente, pés rachados necessita de muita atenção com a hidratação e proteção dos pés. Aliás, é importante não de ficar andando descalço por aí. Ao mesmo tempo, sandálias e chinelos podem ser usados. Mas acompanhados de um bom creme hidratante! Vale lembrar que a fissura calcânea persistente pode ser sinal de doenças como diabetes e psoríase. E aí é caso de um especialista que vai receitar o tratamento mais adequado. Contudo, na maioria das vezes, pés rachados indicam mesmo falta de hidratação. PorKarlla Patrícia - Bióloga CRBio/RJ 96514/02-D, com Mestrado e Doutorado pela UFRJ, Administradora do Diário de Biologia

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

POR QUE TERRA DA GAROA


A cidade de São Paulo é conhecida pelas drásticas variações de temperatura. Durante o período das estações de transição (primavera e outono), as garoas – chuvas com partículas mais finas de água – são mais frequentes. No entanto, devido ao crescimento urbano e as modificações causadas pelo homem, as garoas não são tão recorrentes, pois a baixa umidade e dificuldade de circulação do vento prejudicam a formação do fenômeno. Estudos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comprovaram que São Paulo dificilmente voltará com o título de “terra da garoa”. Infelizmente, não tem como reverter a situação, mas os efeitos da poluição poderão ser amenizados com algumas ações como: preservação das áreas verdes, plantios de árvores, redução da verticalização, a “descanalização” de rios e corrégos.

domingo, 20 de janeiro de 2019

As melhores praias de São Paulo


Com o verão chegando, todo mundo só quer saber de relaxar nas areias da praia. Em São Paulo os moradores não têm o mesmo privilégio de encontrar o mar logo após o trabalho como fazem os cariocas, mas ainda há chances de curtir belas praias a poucos quilômetros da metrópole. Seja no litoral Norte ou no litoral Sul, existe um canto de areia e mar cristalino para chamar de seu. Encante-se com a natureza paulistana e prepare o bolso para aproveitar alguns dias nestes paraísos, confira nossa lista com as melhores praias de São Paulo.1. Ilha das Couves – Ubatuba Próximo a Barra do Sahy estão as ilhas dos Gatos e das Couves, ambas muito belas. A última tem águas claras propícias para quem curte mergulho e são um tanto isoladas. Os surfistas estão sempre por lá, assim como os adeptos do windsurf. Para ver todos os custos de uma viagem para Ubatuba. Onde ficar em Ubatuba: perto da ilha e imersa na natureza, a pousada Bananal Ecolodge tem diárias a partir de R$ 478 para quarto duplo. Diferencial: as refeições contam com opções vegetarianas e/ou sem lactose. 2. Praia da Laje – Ilha do Cardoso A Ilha do Cardoso é conhecida por reunir algumas das melhores e mais preservadas praias do Estado. Escondida, a praia da Laje traz à tona a formação de piscinas naturais que fazem a alegria daqueles que percorrem 10 km de trilha. O mesmo acontece nas praias Ipanema, Fole Grande e Fole Pequeno. Onde ficar: na pousada Ilha do Cardoso há quartos duplos com vista para o lago a partir de R$ 200 por dia. Diferencial: a acomodação tem buffet de café da manhã e, apesar de ser simples, é a opção mais confortável para quem não quer ficar em camping. 3. Praia de Guaratuba – Bertioga A 30 minutos da região central de Bertioga está o Rio Guaratuba, que divide espaço junto com o mar do outro lado da areia. A praia é ideal para quem quer relaxar e tem algumas regras para manter o respeito ambiental: não pode acampar, nem trafegar com carros e nem fazer pique-nique, contando com ambulantes para matar a fome dos frequentadores. Outro destaque é Itaguaré, que segue as mesmas regras e não permite venda de produtos. Onde ficar em Bertioga: pé na areia, o Indaiá Praia Hotel tem diárias a partir de R$ 200 para quarto duplo. Diferencial: localização privilegiada e opções de lazer dentro da propriedade. 4. Praia de Picinguaba – Ubatuba Ubatuba tem praias de cair o queixo, sendo a grande maioria bem preservada. Dentro do núcleo de conservação do Parque Estadual Serra do Mar e já próxima ao Rio de Janeiro está a vila de pescadores de Picinguaba, onde quem reina mesmo é a natureza. Outra opção é a Domingos Dias, que com suas águas calmas atrai famílias e praticantes do Stand Up Paddle e do snorkel. Para ver todos os custos de uma viagem para Ubatuba clique aqui. Onde ficar em Ubatuba: a charmosa pousada Vila Luiza tem diárias a partir de R$ 230 para quarto duplo. Diferencial: localização próxima a região central e outras atrações famosas da cidade. 5. Praia de Calhetas – São Sebastião Entre Toque-Toque Pequeno e Toque-Toque Grande, a praia de areias brancas rodeada de coqueiros fica dentro de um pequeno condomínio particular, impedindo o acesso de carros. Selvagem, é um canto isolado que passa facilmente despercebido, mas que quando ganha a devida atenção, deixa os turistas apaixonados. Uma das mais famosas das melhores praias de São Paulo. Onde ficar em São Sebastião: no sofisticado Ilha de Toque Toque Boutique Hotel as diárias estão a partir de R$ 671 para quarto duplo. Diferencial: banheira de hidromassagem num deck privativo com vista panorâmica.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Seio maior que o outro


Ter um seio maior que o outro é uma condição bastante frequente. Estima-se que 50% das mulheres tenham, às vezes de modo quase imperceptível, uma mama maior que a outra. A situação também pode afetar os homens. O QUE PODE SER UMA MAMA MAIOR QUE A OUTRA? Os seios estão em constante mudança ao longo da vida da mulher. Em geral, eles começam seu crescimento cerca de dois anos depois da menarca (primeira menstruação) e continuam seu desenvolvimento durante dois a quatro anos. No princípio, é comum que o tamanho e a forma dos seios não seja igual, mas com o tempo essa situação tende a se ajustar. Posteriormente, as mudanças são observadas mês a mês, de acordo com os ciclos menstruais da mulher. Além disso, o passar do tempo atua de maneira determinante, pois com o avanço da idade, os seios devem apresentar aparência mais flácida. Por fim, a gestação e o período de aleitamento também podem provocar alterações significativas no tamanho das mamas. ASSIMETRIA MAMÁRIA E NORMAL? Falamos em assimetria mamária quando a forma, tamanho e/ou posição de uma mama é diferente da outra. A assimetria pode afetar todo o peito ou restringir-se à aréola. Em geral, a assimetria é imperceptível. No entanto, em algumas mulheres ela pode causar desconforto estético e problemas de autoestima. Apenas nestes casos, uma intervenção cirúrgica pode ser recomendada por um cirurgião plástico, mas o procedimento só apresenta resultados se um dos seios for ao menos um número maior que o outro. Para outros casos, tratamentos com cremes corretores e prática de exercícios de musculação podem solucionar o problema. MAMA MAIOR QUE A OUTRA NA ADOLESCÊNCIA Na adolescência, o início do processo de desenvolvimento dos seios faz com que as chances de uma mama se apresentar maior que a outra sejam maiores. Na maioria dos casos, tal situação se ajusta com o passar do tempo e tende a se tornar pouco perceptível. MAMAMAIOR QUE A OUTRA NA AMAMENTAÇÃO Muitas mulheres que estão amamentando percebem que um dos seios produz mais leite que o outro. Isso se deve ao fato de que cada seio possui uma quantidade diferente de dutos para produção. Assim, quanto mais leite o seio produzir, maior ele será, podendo surgir um quadro de assimetria. Essa condição é totalmente normal e não deve provocar preocupação pois, ao final do aleitamento, ambos voltarão a ter o mesmo tamanho. Tal situação também pode ser decorrência de um hábito da mulher de alimentar o filho mais de um lado que o outro. Aquele lado mais utilizado tenderá a produzir mais leite e, portanto, ficar maior. MAMA MAIOR QUE A OUTRA EM HOMENS Enquanto a diferença de tamanho de uma mama para a outra é frequente entre mulheres, essa alteração em homens pode ser sinal de um câncer de mama, condição rara mas possível entre o sexo masculino. Tal situação normalmente é escondida pelo homem por vergonha da ocorrência, o que faz com que o câncer seja detectado já em estágio mais avançado, o que piora o prognóstico de recuperação. O aumento da mama costuma ser acompanhado de dor na região afetada. A distinção do câncer para uma ginecomastia é simples e feita a partir da observação já que a ginecomastia provoca aumento das duas mamas. Foto: © Alexandr Porubaymykh - Shutterstock.com CCM Saúde é uma publicação informativa realizada por uma equipe de especialistas de saúde e redatores supervisionados pela Dra. Marta Marnet (número de registro 19741 no Colégio de Médicos de Barcelona, Espanha).

domingo, 13 de janeiro de 2019

Qual a comida mais perigosa do mundo?


Examinando toda a história humana em relação à comida, alguns temas se destacam. Um deles é que os humanos gostam que sua alimentação seja agradável ao paladar. Outro é que eles gostam de comidas que não matam. Essas duas qualidades frequentemente coexistem no mesmo alimento — maçãs, por exemplo, têm um ótimo sabor e não são tóxicas até, onde eu sei — mas, inevitavelmente, a relação entre ter bom sabor e não matar às vezes é menor que o ideal. Para alguns alimentos, esse é um argumento de venda — o fugu, por exemplo, é um peixe venenoso que precisa de alguém certificado para prepará-lo adequadamente. Para outros, a letalidade é apenas um subproduto infeliz — como acontecia com os materiais usados nas primeiras comidas enlatadas, que, às vezes, causavam envenenamento por chumbo nas pessoas. Para o Giz Pergunta desta semana, contatamos alguns historiadores e antropólogos da alimentação para indicar seus candidatos ao título de comida mais perigosa de todos os tempos. Houve um padrão pegajoso, mas, principalmente, suas abordagens variaram descontroladamente; coletivamente, elas cobrem praticamente todas as partes da pirâmide alimentar que não são frutas nem verduras. Se você gosta de comer, e também gosta de estar vivo, talvez queira guardar no lado esquerdo do peito as sugestões desses especialistas. Ty Matejowsky Professor associado de Antropologia na Universidade da Flórida Central Durião, também conhecido como “o rei dos frutos”, continua sendo um dos alimentos mais polêmicos atualmente consumidos no Sudeste Asiático e cada vez mais ao redor do mundo — não apenas por seu alto teor de enxofre e forte odor (é proibido em muitos hotéis, companhias aéreas e outros lugares públicos, e às vezes referido como o “queijo azul de frutas”), mas também pelos perigos que representa para aqueles que comem, cultivam ou estão próximos a ele. O exterior espinhoso da fruta pode causar danos corporais reais e até mesmo a morte aos azarados o bastante para serem atingidos por frutos que caem de galhos altos de árvores. Foi usado até mesmo como uma arma improvisada medieval em alguns crimes passionais. O alto teor de enxofre do durião torna-o particularmente perigoso quando consumido em excesso ou em combinação com álcool, café ou refrigerantes com cafeína, especialmente para aqueles com condições médicas pré-existentes, como problemas cardíacos ou pressão alta. Apesar (ou talvez por causa) de tais perigos, o durião atrai uma base de fãs que se deleitam com seu distinto gosto e apelo gustativo. Isto aqui é um durião. Crédito: Pixabay Lucy Long Diretora e fundadora do Center for Food and Culture Eu diria que o alimento mais perigoso são os cogumelos que se parecem com aqueles conhecidos e seguros para comer, mas, na verdade, não são. O death cap (“chapéu da morte”, em tradução livre, nome pelo qual o Amanita phalloides é conhecido nos EUA) parece com variedades que são seguras, mas é altamente tóxico, muitas vezes tem uma reação demorada e ataca o fígado. Até mesmo uma pequena mordida pode ser fatal. Infelizmente, dizem que eles também são muito saborosos e têm um cheiro delicioso. Joyce E. Chaplin Professora e historiadora da Universidade de Harvard; autora de Food in Time and Place, entre outros livros Eu apontaria um dedo acusador para o gado domesticado. Desses animais, as pessoas têm pegado doenças sérias e às vezes fatais há muito tempo. As aves e os suínos, por exemplo, continuam sendo reservatórios da gripe. As populações de animais selvagens também são reservatórios de doenças, mas as aves e os suínos domesticados são significativos na incubação e transmissão dos vírus da gripe. Isso tem sérias consequências. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) informa que, em 2017-2018, 80 mil pessoas nos Estados Unidos morreram de gripe. Esse foi um novo recorde, embora, mesmo em outros anos, a mortalidade por gripe normalmente exceda as mortes por todas as doenças transmitidas por alimentos. A mortalidade anual por gripe é geralmente de 30.000, enquanto as mortes por vários tipos de intoxicação alimentar são geralmente em torno de 3.000. É um preço alto para comer carne de porco e frango. Se há uma conexão muito próxima entre comida e morte, é claro, é o problema de não ter comida suficiente. Desnutrição e fome têm sido, historicamente, grandes assassinos, acima e além dos perigos de comer tipos específicos de alimentos.Krishnedu Ray Presidente do Departamento de Nutrição e Estudos Alimentares da Universidade de Nova York Duas coisas mundanas que todos nós bebemos regularmente: refrigerante e álcool. Se você pegar estatísticas populacionais nacionais e calcular riscos reais (não imaginários), não há como evitar a conclusão de que esses dois são os verdadeiros culpados — responsáveis pela morte, adoecimento e desmembramento de milhões de pessoas em todo o mundo. Alice Julier Chefe de Departamento, Professora Associada de Estudos Alimentares e Diretora do Centro Regional de Agricultura, Alimentos e Transformação da Universidade de Chatham Eu vou com uma grande categoria — fungos — porque aparece em muitos alimentos, e também é sua própria categoria de comida, que aparece historicamente por toda a civilização humana. Sabemos que as sociedades humanas sempre encontraram maneiras de preservar alimentos ou de transformar coisas não comestíveis em comestíveis. Às vezes isso envolve cozinhar, mas é principalmente para preservar alimentos. Curar carnes, salgar legumes, fermentar coisas para criar bebidas alcoólicas — todas são maneiras que temos de preservar alimentos até muito depois da colheita. A maioria desses processos envolve a introdução de microrganismos nos alimentos para mudá-los (pense no queijo!) — e leveduras e bolores são os dois tipos principais de fungos usados para preservar alimentos para impedir o crescimento de certas bactérias que poderiam estragá-los. Dito isto, eles mesmos também são duas das principais maneiras que um alimento pode estragar. Considere que, se você estiver tentando preservar alimentos com essa abordagem, um passo em falso pode torná-los extremamente perigosos para se comer. As pessoas têm que descobrir quais crescimentos fúngicos adicionam sabor aos alimentos e quais são tóxicos. Um ótimo exemplo disso seria o fungo de milho ou o carvão-do-milho. Nas culturas indígenas e latino-americanas, é uma iguaria. No oeste industrial dos EUA, há toneladas de produtos usados para tirá-lo do milho. A razão pela qual eu também penso em fungos é porque os cogumelos são um alimento universal, muitas vezes colhidos, mas às vezes cultivados, e descobrir quais tipos de cogumelos são seguros e quais são perigosos é um negócio extremamente arriscado. Eu suspeito que, hoje, não há um número significativo de mortes por cogumelos venenosos, mas posso garantir que, historicamente, a busca por quais eram os comestíveis levou as pessoas a um caminho perigoso. Yue Dong Doutorando de Antropologia da Universidade de Oklahoma A carne é a comida mais perigosa de todos os tempos. Eu sei o que você está pensando: “Isso é bobagem! Eu acabei de comer um hambúrguer e ainda estou vivo!!” Ouça o que eu estou dizendo. Eu não estou falando sobre como o consumo excessivo de carne vermelha está ligado a um risco aumentado de desenvolver doença arterial coronariana e diabetes tipo 2. Essas doenças definitivamente poderiam matar uma pessoa (lenta e dolorosamente), mas estou mais interessado no “perigo da carne bovina” em uma escala planetária histórica. Mais especificamente, como a carne ameaça destruir a própria existência da civilização humana. A produção de carne bovina é um dos contribuintes mais significativos para as emissões globais de gases de efeito estufa causadas pelo homem. De acordo com um recente relatório do governo do Reino Unido, a produção de 1 kg de carne bovina gera cerca de 32,3 kg de CO2. Em média, os americanos comem 25,9 kg de carne bovina per capita por ano, o que significa uma produção de 835,1 kg de CO2 per capita por ano. Em comparação, a pessoa média na China consome cerca de 6 kg por ano. Se os chineses aumentassem o consumo de carne bovina para o mesmo nível dos americanos, produziriam 641,3 kg a mais de CO2 per capita por ano. Dada a grande população da China, haveria cerca de 900 milhões de toneladas de CO2 relacionado à carne bovina em nossa atmosfera, o equivalente a quase 2,4% do total de emissões de CO2 produzidas pelo homem. E isso é apenas a China. Se o consumo global de carne bovina per capita aumentar para o mesmo nível dos EUA, a emissão global de CO2 relativa à carne seria de cerca de 580,1 kg per capita por ano, o que significa que cerca de 4,4 bilhões de CO2 seriam emitidos para a atmosfera (11% da emissão total de CO2 produzida pelo homem)! Dada a consequência apocalíptica global (inundação, calor, furacões, fome) do aquecimento global e a correlação direta entre o consumo de carne bovina e a emissão de CO2, não é loucura dizer que a carne bovina pode ser a comida mais perigosa de todos os tempos. “Relaxe. Embora existam plantas e animais venenosos por aí, embora suas prateleiras de cozinha e sua geladeira provavelmente abriguem alimentos que o matariam se ingeridos em quantidade suficiente, os seres humanos fizeram um trabalho incrível ao tornar a comida segura.” Rachel Laudan Pesquisadora sênior visitante do Instituto de Pesquisas Históricas da Universidade do Texas em Austin e autora de Cuisine and Empire: Cooking in World History Relaxe. Embora existam plantas e animais venenosos por aí, embora suas prateleiras de cozinha e sua geladeira provavelmente abriguem alimentos que o matariam se ingeridos em quantidade suficiente, os seres humanos fizeram um trabalho incrível ao tornar a comida segura. Essas últimas palavras, “tornar a comida segura”, são importantes. Embora a atual retórica alimentar se concentre no fresco e no natural, a esmagadora proporção de nossas calorias vem dos alimentos que produzimos. Isso porque comer alimentos que não foram transformados a partir de seu estado natural é perigoso. “O que come é comido”, disseram os autores desconhecidos dos textos sagrados indianos, os Upanishads, no século 6 a.C. Para sobreviver e evoluir, todas as criaturas vivas desenvolveram defesas contra serem comidas: dentes e garras, a habilidade de fugir, coberturas difíceis e não comestíveis, ou venenos naturais. Estes últimos ocorrem nos ancestrais selvagens de alguns dos alimentos humanos mais importantes. Batatas selvagens continham glicoalcaloides que causavam vômitos e diarreia. Bolotas, um alimento importante para os povos primitivos e indígenas nas Américas, Europa e Ásia, estão cheios de taninos. A mandioca, a terceira maior cultura de alimentos nos trópicos depois do arroz e do milho e uma das mais importantes do mundo tropical, pode liberar cianeto quando ingerida (assim como as sementes de maçãs e damascos, bem como amêndoas amargas). E todos os alimentos silvestres podem estar contaminados com excrementos de pássaros, fezes de animais e outras coisas perigosas. Um repertório completo de formas de desintoxicação de plantas foi desenvolvido. Os povos dos altos Andes cuidadosamente selecionaram e criaram batatas para reduzir o nível de venenos. Os nativos americanos usavam argila e água para retirar os taninos das bolotas. Os povos indígenas da América tropical descobriram que cozinhar e ralar raízes de mandioca antes de comer as deixava próprias para o consumo. Todos esses processos — criação de animais, tratamento com produtos químicos, cercamentos e outras mudanças físicas, fermentação e uso de calor — acabam debaixo do guarda-chuva do termo “cozinhar”, uma das conquistas tecnológicas mais importantes da humanidade. Em toda parte, os povos achavam que quanto mais uma comida era cozida, melhor era para comer. Até recentemente. Temos sido tão bem sucedidos em tornar os alimentos seguros que agora temos o luxo de escolher comer alimentos crus e sem cozimento. Rebecca Earle Professora e vice-diretora de História da Universidade de Warwick, cuja pesquisa se concentra na história alimentar e cultural da América espanhola e da Europa moderna. Atualmente, o açúcar é o inimigo público número um, implicado na epidemia global de diabetes e no extraordinário aumento da obesidade. A Organização Mundial de Saúde relata que, desde 1980, a porcentagem de adultos com diabetes dobrou; existem agora mais de 422 milhões de pessoas com a doença. As condições associadas à obesidade, por sua vez, levam mais pessoas para o túmulo do que aquelas ligadas ao baixo peso. Em todo o mundo, trinta e nove por cento dos adultos qualificam-se com excesso de peso, três vezes o número de 1975. Uma dieta rica em açúcar é frequentemente culpada por essa situação preocupante. Bebidas com açúcar, por exemplo, têm sido ligadas diretamente ao aumento do diabetes tipo 2 e também à obesidade, um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Globalmente, o consumo de açúcar per capita aumentou mais de 50% nos últimos cinquenta anos. Além de destruir vidas, a produção de açúcar destruiu a terra. As paisagens secas das antigas ilhas açucareiras do Caribe foram criadas pelo desmatamento, resultado quase inevitável do cultivo comercial de açúcar. Por volta de 1600, a ilha atlântica de São Tomé perdeu suas florestas para o açúcar. Em 1700, a floresta que sustentava Barbados havia desaparecido. Meio século depois, as árvores que cobriam dois terços de Antígua seguiram o exemplo. A fertilidade do solo despencou, a erosão exacerbou o declínio e, à medida que o solo penetrava nos sistemas fluviais, os rios se assoreavam. “O açúcar destruiu uma paisagem anterior, bem como centenas de milhares de vidas”, como William Beinart e Lotte Hughes colocaram. E fazer açúcar continua sendo um trabalho perigoso. Então, o açúcar é ruim para nós, ruim para o meio ambiente e ruim para as pessoas que o cultivam. Ken Albala Professor e historiador da Universidade do Pacífico e autor ou editor de 25 livros sobre comida, incluindo Eating Right in the Renaissance e Food in Early Modern Europe Durante a maior parte da nossa história evolutiva, [o açúcar] foi difícil de obter. Mas nos últimos cinco séculos, começamos a comer muito mais do que nossos corpos precisam ou podem processar. Ao mesmo tempo, removemos muitas das coisas que promovem nosso microbioma intestinal (como fibras) e começamos a usar antibióticos que reduzem ainda mais nossas bactérias intestinais. Obesidade, diabetes, doenças cardíacas e vários tipos de enfermidades resultam do consumo excessivo de açúcar. Quando tantas calorias benéficas são substituídas por açúcar, elas são metabolizadas de maneiras que nossos corpos simplesmente não estão preparados para lidar. “Nos últimos cinco séculos, começamos a comer muito mais do que nossos corpos precisam ou podem processar.” Paul Freedman Professor e historiador da Universidade de Yale É da natureza do açúcar ser consumido em quantidades excessivas, se estiver disponível. Quando Elizabeth I governou a Inglaterra no século 15, a pessoa média em seu reino comia pouco mais de meio quilo de açúcar por ano — era um produto de luxo. Atualmente, o consumo médio anual é de 36 kg. Nos EUA, são mais de 56 kg. O açúcar tornou-se barato na Europa e nos Estados Unidos no século 19. O aspecto mais perigoso do açúcar é a história de como ele chegou a ser tão abundante a ponto de se tornar um item básico da alimentação, uma mudança econômica possibilitada pela escravização dos africanos para trabalhar plantações de açúcar no Novo Mundo. O centro de cultivo e refino de açúcar eram as Índias Ocidentais. O preço decrescente foi mais do que compensado por uma oferta crescente e barata. Mais dinheiro é feito de commodities básicas, como o petróleo, do que produtos de elite, como trufas. O açúcar transformou o mundo de maneiras que continuam a reverberar. Miriam Chaiken Decana e professora notável de Antropologia, Universidade do Estado do Novo México Na minha opinião, a comida mais perigosa é o açúcar. A indústria açucareira é responsável pela escravização dos africanos aos milhões, pelo deslocamento dos nativos americanos das terras cultiváveis, pela ascensão da era industrial e pela formação de estruturas de classe, à medida que o açúcar mantinha os operários saciados — e é claro que hoje estamos bem cientes das consequências globais para a saúde do consumo excessivo de açúcar. Embora possa não ser tão exótico quanto um peixe potencialmente tóxico e delicioso, o açúcar é o número um na minha lista. gizmodo.uol.com.br

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

FUGU, O PEIXE QUE CHEGA VIVO AO PREPARO PARA NÃO ENVENENAR O CLIENTE


Já publicamos aqui diversas matérias sobre iguarias pra lá de estranhas que são saboreadas pelo mundo afora. Algumas podem ser descritas como simplesmente bizarras, outras como bem pouco apetitosas. Há também os pratos que são supercriativos, os que são verdadeiros desastres e, é claro, aqueles que podem ser mortais se não forem preparados com muito cuidado. Esse é o caso do fugu, um peixe servido no Japão que deve ser preparado enquanto ainda está vivo para não envenenar o comensal. Não estranhe o nome esquisito, pois, na verdade, não se trata de nenhuma espécie misteriosa! Também conhecido como baiacu, este bichinho é considerado como o segundo vertebrado mais venenoso do planeta, ficando atrás apenas de uma pequenina rã — a Phyllobates terribilis — nativa de algumas regiões da Colômbia. Fonte da imagem: Reprodução/Gastroville Voltando ao fugu... o vídeo que você pode conferir abaixo — advertimos que as imagens são fortes e que o procedimento pode ser considerado bastante cruel — mostra como essa iguaria é preparada pelas mãos de um chef com 35 anos de experiência manipulando esse tipo de peixe. Infelizmente, o material não conta com legendas em português, mas a seguir descreveremos o procedimento de preparo.Como você pode ver no vídeo, o fugu chega vivo à cozinha do chef, que começa dando uma bela cacetada na cabeça do animal. Depois, as barbatanas são retiradas, assim como a boca e as narinas. O próximo passo é eliminar a pele, as vísceras e os olhos do peixe que, conforme explica o cozinheiro, são extremamente venenosos e, por essa razão devem ser removidos e descartados com bastante cuidado.Fonte da imagem: Reprodução/National Geographic Por incrível — e cruel — que pareça, o pobre bichinho continua vivo até esse ponto! O chef explica que aproximadamente um quarto do peso do animal consiste em órgãos e estruturas venenosas. Se o cozinheiro se cortar por acidente enquanto manipula esses peixes, em poucos segundos ele começaria a apresentar sérios problemas cardiorrespiratórios e morreria em poucos minutos. O preparo do fugu demora cerca de uma hora, e o chef passa mais trinta minutos eliminando completamente qualquer vestígio de sangue que possa estar presente na carne, que também contém muitas toxinas. O descarte das vísceras é outro problema, já que muitos moradores de rua já morreram no Japão depois de consumir esses dejetos por acidente. Assim, os restaurantes precisam jogar tudo fora em lixos especiais que são lacrados com cadeados. Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia Depois de limpa e completamente livre de substâncias tóxicas, a carne do fugu então é habilmente cortada em fatias extrafinas, que são servidas como um dos sashimis mais caros que existem. E você, leitor, se arriscaria a provar um pedacinho?//megacurioso.com.br

domingo, 6 de janeiro de 2019

DURIAN: A FRUTA COM OS SABORES E ODORES MAIS SINISTROS DO PLANETA


A durian talvez se pareça com uma daquelas lendas urbanas, talvez algo que começasse com “um amigo de um amigo meu uma vez conheceu um cara que comeu uma fruta insuportavelmente fedorenta!”. Mas não, a durian realmente existe. Na verdade, trata-se de um fruto exótico incrivelmente apreciado em países do leste asiático. Durian é descrita como macia e suculenta, sendo o fruto de uma árvore do gênero Durio, pertencente à família Malvaceae — que também inclui o hibisco e o quiabo, por exemplo. Em termos botânicos, é conhecido como Durio zibethinus. Árvore de durian jovem. Um exemplar adulto pode chegar a 50 metros de altura. Fonte da imagem: Reprodução/WikimediaCommons//Originalmente encontrado em Brunei, na Indonésia e na Malásia, o gênero Durio conta atualmente com 30 espécies descobertas, embora apenas nove entre elas gerem frutos comestíveis. Entre estas, é necessário esperar por cinco anos (contados a partir da plantação) para que seja feita a colheita — em árvores que podem atingir até 50 metros de altura. Entretanto, talvez o que seja mais notável no durian seja mesmo a peculiaridade do sabor e do cheiro associados — o qual, conta-se, é praticamente capaz de atravessar paredes. São várias comparações: um par de meias sujas, algum material em estado avançado de putrefação etc. Bem, mas qual será a sensação de se comer uma durian? Para quem não pode sair comprar uma no mercado, talvez o vídeo abaixo ajude a elucidar a questão. Proibido em hotéis e locais públicos Independentemente de ser incrivelmente apreciado por muita gente na porção leste da Ásia — e também em outras regiões, naturalmente —, o odor terrível e intenso do durian precisou ser reconhecido pelas autoridades. De fato, a fruta acabou sendo proibida em locais públicos, tais como parques, shoppings, hotéis etc. A contribuinte do site suite101 June Chua conta uma história relacionada à referida lei. De acordo com Chua, um casal de amigos tentou burlar o impedimento e, ao viajar para a Malásia, resolveu levar para dentro de uma suíte de hotel o tal fruto. Fonte da imagem: Reprodução/WikimediaCommons// Entretanto, a gerência do estabelecimento acabou recebendo inúmeras reclamações do terrível odor, o que levou dois dedicados funcionários até a porta do quarto do casal. “Nós descobrimos que o cheiro de durian vinha deste quarto, por favor, saiam da frente”, disse um deles, vestido “como um astronauta”. Apesar do aroma, nutritivo e ótimo para a saúde Mesmo os detratores do durian precisam fazer uma concessão: trata-se de um fruto rico em diversas vitaminas e minerais. Isso provavelmente o colocaria no lugar do óleo de fígado de bacalhau, quem sabe? Confira abaixo algumas das propriedades do durian:Sendo uma fruta tropical, o durian traz propriedades semelhantes às da banana e do abacate, por exemplo. Isto é, trata-se de um fruto rico em energia, vitaminas e minerais. A polpa macia e a composição de açúcares simples (como a frutose e a sacarose) fazem do durian um alimento de fácil digestão e também capaz de revitalizar o organismo rapidamente. Embora seja bastante calórico, o fruto é desprovido de quaisquer gorduras saturadas e, é claro, colesterol. O durian é rico em fibras, o que é um verdadeiro “presente” para os intestinos. Trata-se de uma fruta rica em vitamina C, um antioxidante importante para aumentar a resistência do organismo a agentes infecciosos. Durian é uma excelente fonte de potássio — um importante eletrólito celular que auxilia no controle dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. Trata-se, por fim, de fonte de aminoácidos essenciais, como o triptofano — que, no corpo, metaboliza-se em serotonina e melatonina, neurotransmissores importantes para a indução do sono e para o tratamento de epilepsias. Fonte da imagem: Reprodução/WikimediaCommons Enfim, mas serão o odor e o sabor do durian realmente suportáveis? Talvez o melhor seja você mesmo experimentar — embora seja aconselhável evitar locais públicos. Há opiniões positivas, afinal: “É um sabor excelente que ultrapassa o de todos os outros frutos do mundo”, afirmou um viajante inglês sobre o fruto em 1599.www.megacurioso.com.br